10.6.11

#pequeno hotel de charme: villa bahia, em salvador (BA)


[O Hotel Villa Bahia, pintado de amarelo, ocupa dois casarões histôricos no largo do Cruzeiro de São Francisco, em Salvador (fotos de divulgação)]


Durante anos, Salvador, cartão turístico da Bahia e do Brasil,  investiu mais na quantidade do que na qualidade. Poderia dar inúmeros exemplos, mas vou ficar, por agora, na hotelaria. 

O Convento do Carmo veio compensar a falta de um hotel verdadeiramente histôrico; do mesmo modo que o Zank  abriu um novo capítulo em matéria de modernidade, ainda para mais num bairro emergente como o Rio Vermelho. Gosto de um e de outro, por razões diferentes, embora não os ache, dentro dos respetivos estilos, conseguidos a 100 por cento. Além de que não são, propriamente, baratos.

[No térreo, junto à receção, a sala comum (foto de divulgação)]
[O altar do Espírito Santo domina a sala comum (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Mas nem é por ai. Na verdade, sempre que ia a Salvador, eu sentia falta de alternativas. Sentia falta de pequenos hotéis de charme e não percebia, tendo a capital baiana tantas construções antigas que se prestariam facilmente a esse efeito, o porquê de não encontrar nenhum digno de nota ou recomendação.

[A porta do elevador tem diferentes cenas de caça pintadas em cada andar (foto de divulgação)]
[Os três andares são também ligados por escadarias (foto de divulgação)]

Como muitas vezes acontece, foi preciso que vários estrangeiros dessem o exemplo para que a cidade despertasse para esse importante segmento de mercado. 

[Apartamento Guiné (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]
[Apartamento Guiné (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Entre os projetos mais recentes, o Hotel Villa Bahia, explorado por um grupo francês, é um bom achado. Para já, por sua localização, mais do que privilegiada, no largo frente à Igreja de São Francisco.

[Madagáscar, o apartamento mais pedido (foto de divulgação)]
[Outro ângulo do Madagáscar (foto de divulgação)]

Só isso, porém, não chegaria para me convencer, não fosse o caso de estarmos diante de um hotel que uniu dois casarões dos séculos XVIII e XIX e que decorou cada um de seus 17 apartamentos, divididos por três andares (os do 3º piso são menores, mas, em compensação, possuem terraço privativo), de acordo com a Rota das Especiarias dos descobridores portugueses. O preço é igual para todos, mas, claro, uns são mais conseguidos do que outros. Quando ali estive, fiquei no Guiné, mas os mais especiais são o Goa e o Madagáscar (por isso são sempre os primeiros a serem reservados).

[Plantas e flores dos ervanários do século XIX... (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]
[... foram reproduzidos nas portas das áreas de serviço (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

O atendimento é gentil, há uma preocupação de sustentabilidade, a clientela é sobretudo francesa (mas não só) e a decoração, ainda que patinada, não é pesada e alguns apontamentos chamaram-me a atenção, como o altar do Espírito Santo na sala, as cenas de caça pintadas na porta do elevador (por dentro é revestido a madeira e no teto tem até um lustre em trompe-l'œil) ou os ervanários do século XIX reproduzidos nas portas das áreas de serviço. 


[Um dos pátios internos, no caso o que está ligado ao restaurante (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]




Detalhes que fazem (toda) a diferença.


[O restaurante do Villa Bahia, charmoso e gostoso (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Vale ainda a referência ao seu restaurante, comandado pelo chef Marc Le Dantec. No térreo, virado para a rua e para um pátio interno muito aprazível, o restaurante foi uma grata surpresa. Do café da manhã incluído na diária, simples mas farto, ao jantar, em que degustei vários pratos locais, mas sempre com um toque pessoal.


[A piscina fica num segundo pátio interno (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Acabei não usando a piscina — mas existe uma, pequena, num segundo pátio interno —, porque preferi gastar meu tempo livre no terraço do último andar, com vista para os telhados e torres sineiras da Velha Salvador.

[No último andar, os apartamentos possuem terraços privativos (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]
[Mas existe também um terraço aberto a todos os hóspedes com esta vista (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]


Largo do Cruzeiro de São Francisco, 16-18, Pelourinho, Salvador, tel. (71) 3322 4271, diárias desde R$400

2 comentários:

  1. Comentário de um historiador de Brasil Colonial que nem de longe é especializado em turismo: só a vista dos terraços já faria valer a pena! =)

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  2. E ainda deu muito jeito por conta de outro detalhe: fica do lado da Igreja de São Francisco, detalhe ainda mais providencial qdo foi preciso pular da cama de madrugada para a fotografar :)

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