22.9.11

#gente em destaque: agadman & agman, de prado (BA) para o mundo

[Agadman explica seu processo de criação (©joão barros, todos os direitos reservados)]
O meu roteiro pela Costa das Baleias, no extremo sul da Bahia, prossegue.

Mas não da forma mais óbvia, quase aposto.

Muitos esperariam, por certo, que eu continuasse a percorrer as belíssimas praias que colorem os mais de oitenta quilômetros de litoral do município de Prado, a umas boas horas de carro de Porto Seguro. Não lhes tiro a razão, mas fica a promessa de que lá chegarei. Tudo a seu tempo, que estamos na Bahia. 

[Casa-atelier de Agadman & Agman, na praia de Novo Prado (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Adiante.


Por ora, vou-me permitir falar de uma outra atração de Prado que vale bem uma visita. Não chega a ser uma novidade-novidade; felizmente, contam-se já aos milhares os visitantes da casa-atelier mais ilustre do município. Nada, porém, que não possa ser ainda mais divulgado e conhecido. Fora do Brasil, mas sobretudo junto aos demais brasileiros.

[Desenhos de Agadman em detalhe (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Quando me guiaram até àquela casa de madeira, de esquinas inusitadas, plantada aos pés do mar manso daquele trecho abençoado da Bahia, confesso, não sabia grande coisa sobre seus habitantes.

Primeiro o pai, Agadman. Quem não conhecer a figura, facilmente o confundirá com um maltrapilho, de roupas simples — gastas de tão usadas — e longas barbas brancas. Difícil acreditar que aquele mesmo homem, natural do Piauí, já frequentou o meio artístico de Brasília, onde firmou seus créditos como artista plástico experimental, e que, apaixonado pelo mar e por outros códigos de vida, deixou para trás o cochicho das galerias e exposições para continuar, de forma quase eremita, sua obra.

[Pintura de Agadman em detalhe (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Está no Prado há cerca de 20 anos, onde se expressa na pintura, mas também no desenho, no paisagismo (seu jardim, no fundo da casa, é também ele uma obra orgânica em desenvolvimento), na escultura (é mestre na arte do entalhe) e também na arquitetura. Sua arte abstrata, ao mesmo tempo geométrica e lírica, suscita múltiplas leituras. Que ele não se faz rogado a desvendar. Mas nada lhe dá maior prazer do que nos conduzir até aos cantos da casa, projetada por si, para que possamos compartilhar das ilusões óticas proporcionados por suas janelas "mágicas". Nossos olhos, pouco treinados para tamanhas sutilezas, nem sempre acompanham seu entusiasmo, mas ninguém fica indiferente ao homem. Nem à obra.

[Agman e suas cadeiras "leves" de encaixe (©joão barros, todos os direitos reservados)]

Já o filho, Agman, é, numa primeira apreciação, mais esquivo. Por timidez, mesmo. Bacharel em design de produto, formado em Brasília, resolveu, aos 23 anos, tornar-se escultor e seguir, a partir de 2003, as pisadas do pai. Inclusive no projeto de vida, o que não foi, como ele admite, fácil no começo. Nem poderia. Os dois vivem de uma forma bem espartana.


[O jardim da casa, obra viva em progresso (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Mas não nos iludamos. Pai e filho têm noção de quanto valem. Durante um tempo, Agman resistiu a se separar de suas enormes esculturas em madeira, pois queria reunir peças para uma exposição, mas sua obra está cada vez mais cotada e enfeita agora vários hotéis. 


[As mudas vieram de São Paulo e fazem parte de uma "instalação" orgânica de Agadman (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Por altura de minha visita à casa-atelier, duas esculturas recentes tinham sido arrematadas por pouco mais de 40 mil reais. Nada mal.


Antes de ir, peço-lhe para me mostrar as engenhosas cadeiras de encaixe que concebeu. Ainda não têm nome, diz-me meio sem jeito...


[Agman a finalizar uma de suas esculturas mais recentes (©josé bernardo, todos os direitos reservados)]

[A escultura já pronta foi, entretanto, vendida (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Podem até não ter nome, mas têm subjacente uma ideia. Uma ótima ideia, já agora. E uma dica válida para quem quiser explorar Prado e a Costa das Baleias em sentido lato.

Mansões da Lagoa Pequena, quadra 6, casa 6, praia do Novo Prado, Bahia, tel. (073) 9194 2240, www.agman.com.br

Mais informações: www.bahia.com.br

1 comentário:

  1. estive ai gostei tanto de trabalhos que fiquei sua cliente estou aguardando minhas pessas e velos pra tomar um cafezinho comigo meu mail didiferbraz@hotmail.com beijos darcy

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