[O Picadinho Astor, prato emblemático da casa (direitos reservados)] |
Não, não vou apresentar o Astor-versão-carioca. Já todos ouviram falar, não é mesmo?
Só que eu não conhecia e ai, numa passagem vapt-vupt pela "Cidade-Maravilhosa", nem pensei duas vezes. Munido da dica certa, já fui logo adiantando no táxi para entrar pela avenida Rainha Elizabeth — o Astor fica na esquina desta avenida com a Vieira Souto, num recanto que já foi, para quem se lembra, do Barril 1800.
Localização de luxo de frente para o mar, com o DNA de Ipanema bem marcado, mas, ainda assim, meio que tomei um susto à chegada. Não sei bem porquê, eu tinha imaginado algo um pouco diferente...
[O de são Paulo é mais urbano, o do Rio mais despojado e informal (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)] |
Esclareço: o erro não está no Astor-versão-carioca, eu é que, vá-se lá saber porquê, ia com uma expectativa diferente. Para começar, acho que esperava um lugar mais intimista, mais aconchegante e a verdade é que este Astor é grande, com vários ambientes, música de fundo e um constante burburinho.
Mas, concedo, o Astor tem a cara e o jeito do Rio. O de São Paulo é mais urbano; este mais despojado e informal como a própria cidade. Na melhor tradição moderna pé-limpo, é um bar que revisita, com a devida liberdade poética e estética, os antigos botequins pé-sujo da boêmia carioca no que eles tinham de mais interessante: petiscos e bate-papo.
Fotos em preto e branco, cartazes coloridos, azulejos hidraúlicos, bancos de couro vermelho e mesas de madeira, luminárias amarelas dispostas em buquê, vidraças entre prateleiras que permitem ver o que se passa na rua... enfim, uma toada assumidamente retrô que, a julgar pela casa cheia num dia de semana, agrada em cheio.
Mas, tal como a matriz paulistana, este Astor-versão-carioca é coisa para bico fino. A lista de petiscos, pratos e bebidas é farta, bem bolada (exceção feita às cervejas, com pouca escolha), mas está longe de ser em conta. Aliás, como vem acontecendo um pouco por todo o lado. Sei que não estou dando nenhuma novidade, mas o Brasil, visto pelos olhos de um "estrangeiro", está muito caro. Muito.
E é nesse quesito que o Astor me deixou maiores reticências. Sim, é um bar bacana, um ponto ótimo e gostoso para se estar entre amigos, mas achei demasiado caro para a sua proposta.
[O famoso Picadinho Astor tal como me chegou à mesa (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)] |
Comi o Picadinho (R$38) — um dos pratos mais emblemáticos da casa com filé mignon picado na faca, ovo poché, banana à milanesa, arroz e farofa com caldo de feijão servido à parte — e bebi uma caipirinha de maracujá (R$18, com cachaça Nêga Fulô) e um chopp claro (R$4,10). Só. E deu um total de pouco mais de R$60.
[Entre os vários ambientes, o recanto mais "lounge" do Astor (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)] |
Termino com o serviço. Sem demoras, reconheço, mas não pude deixar de me lembrar das críticas que continuo ouvindo sobre serviço, em geral, no Rio. Na hora de me servir o picadinho, o empregado simplesmente jogou, displicentemente, o prato na mesa.
É o tipo de coisa que até desculpo, mas que jamais me passará ao lado. E precisa ser corrigida, rápido, no Rio pré-Copa-e-olímpico.
É o tipo de coisa que até desculpo, mas que jamais me passará ao lado. E precisa ser corrigida, rápido, no Rio pré-Copa-e-olímpico.
[A extensão al fresco do Astor, em plena Vieira Souto (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)] |
O cardápio completo do Astor pode ser consultado aqui, mas, entretanto, fiquei sabendo que há novidades no mesmo e que nas tardes de sexta é servido, já em ritmo de fim de semana, um almoço boêmio.
Av. Vieira Souto, 110, Ipanema (RJ), tel. 21 2523-0085, de seg. a qua., entre as 18.00 e as 01.00; à qui., entre as 18.00 e as 02.00; à sex. e sáb., entre as 12.00 e as 03.00; ao dom., entre as 12.00 e as 22.00
Sem comentários:
Enviar um comentário