7.10.11

#roteiro rápido: em prados (BA) a propósito do vi festival gastronômico (07-16.10)

[Praia de Guaratiba, no município de Prado (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]
O prometido é devido.

Alguns posts atrás, escrevi que, assim que desse, voltaria ao tema da Costa das Baleias. E o pretexto não poderia ser mais tentador: o VI Festival Gastronômico de Prado, que começa hoje (dia 7) e vai até 16 de Outubro.

A pouco mais de 200 quilômetros de Porto Seguro — o que dá cerca de três horas por estrada —, Prado se tornou, nos últimos anos, "a" porta de entrada para explorar, no extremo sul, o trecho final do litoral baiano.

Quem, como eu, conhecer Prado na baixa temporada e a salvo da muvuca habitual dos fins-de-semana — altura em que os bares do Centro ficam por conta dos shows de axé e música ao vivo —, vai voltar convencido de que os excessos e desvarios de Porto Seguro ainda não chegaram ali.

Os habitantes mais ilustres gostam de nos recordar que, embora emancipada politicamente há coisa de 115 anos, Prado já foi uma aldeia dos índios descendentes dos Aimorés. 

Coisa pouca para quem já é o terceiro pólo turístico da Bahia e não deixa hoje seus outros predicados em mãos alheias. Além dos 80 quilômetros de praias — já falei antes de uma delas, porventura a mais bela de todas, Corumbau —, Prado inclui ainda debaixo da asa de seu município três parques naturais: o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos (a que dedicarei oportunamente um post); o Parque Nacional do Descobrimento; e o Parque Monte Pascoal, um ponto incontornável na paisagem por sua associação ao "achamento" do Brasil e à existência de uma reserva de índios.

Mas isso são já contas de outro rosário.

Voltemos a Prado. À primeira vista, sou honesto, a cidade não empolga por aí além, mas quando começamos a prestar mais atenção, acabamos por perceber que há um novo viço, de cores tropicalientes como se tornou costumeiro por estas bandas, no casario colonial do século XIX que se distribui, sem grande alarde, pelas praças arborizadas e ruas de pedras do Centro. As casas se contam em poucas centenas; já as praças e ruas quase cabem nos dedos das mãos.

[Vários restaurantes ficam no Beco das Garrafas (no topo, ©joão barros), como é o caso do Banana da Terra  (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

E foi precisamente numa dessas artérias, conhecida por Beco das Garrafas, que conheci alguns dos melhores restaurantes da região. Com um atrativo extra: todos eles, assinalados por um banner, possuem pratos em competição no Festival Gastronômico que chega este ano à sua sexta edição.

Para muitos forasteiros, nos quais me incluo, os pergaminhos de Prado em matéria de cozinha regional baiana serão, mais do que uma novidade, uma surpresa.

Óbvio que não estamos a falar de alta cozinha. Não é disso que se trata. Mas é uma forma muito gostosa de, por um preço igualmente amistoso (cada prato a concurso não deve ter um custo superior a R$30), testarmos a criatividade do receituário local.


Em cada edição há um tema diferente. O deste ano é "O Sabor de Minas na Culinária Baiana" numa alusão clara à vizinhança que desde sempre permitiu os mais diversos tipos de intercâmbio entre os dois estados. 


[Diferentes pratos a concurso no Festival Gastronômico de Prado (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]


Em duas noites foi me dada a chance de degustar, em jeito de pré-estreia, algumas das especialidades a concurso. Uma das exigências da organização do evento é que cada prato seja uma criação original e exclusiva para a ocasião.


De uma forma geral, gostei do que vi e comi. Uns são mais conseguidos do que outros, como é natural. Nalguns casos, as combinações inusitadas se revelam acertadas; noutras nem tanto e comprometem o resultado final.


Como não faço crítica gastronômica, não me vou alongar muito mais em considerações técnicas, mas, a título de curiosidade e informação, posso adiantar que apreciei sobretudo o budião e camarão, servido com um delicioso arroz de abacaxi com frutos secos, do restaurante Banana da Terra (rua Rui Barbosa, 171, Beco das Garrafas, tel. 73 3021 1721, a cargo da Marcia Marques), as lagostas gratinadas da Cantina do Hugo (rua Rui Barbosa, 144, Beco das Garrafas, tel. 73 3298 1446, a cargo do Hugo de Souza) e a pizza de carne seca desfiada da Tribo das Massas (Praça da Matriz, 208, tel. 73 3021 1900). Provei ainda o prato do Bistrô Donna Flor (rua Rui Barbosa, 109, tel. 73 3021 0087, a cargo da Lilian dos Santos) que concorreu no ano passado, um filé mignon com molho de jabuticabas e lascas de castanhas. Interessante, mas foi uma das tais combinações que não me arrebatou por inteiro.


[Integrantes mirins da marujada (©joão barros, todos os direitos reservados)]


Enfim, as opções são variadas (são praticamente 50 as casas participantes, se bem as contei) e vão desde receitas mais elaboradas a comidinhas e até lanches mais despretensiosos, a que se juntam ainda apresentações folclóricas regionais como a marujada, a capoeira ou o maculelê.


[A piscina da pousada Ponta da Areia (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]


E porque o mais certo é querer pernoitar em Prado, fica a dica de dois lugares que elegi entre a razoável oferta local de resorts e pousadas. 


[Diferentes ambientes da pousada Ponta da Areia (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]


Na pousada Ponta da Areia, explorada por capixabas, gostei sobretudo da proximidade ao mar — basta atravessar um jardim com coqueiros e, voilà, já estamos em pleno areal, com uma barraca de apoio com petiscos e bebidas — e das áreas externas, alegres, cuidadas e com bons recantos para relaxar. As 22 suites, todas com varandas e redes, são confortáveis e funcionais quanto baste.


[A Residencial Pelourinho, que integra a oferta do Complexo da Praia de Guaratiba (©joão barros, todos os direitos reservados)]


O Complexo Turístico Praia de Guaratiba, entre Prado e Alcobaça, começou por ser uma fazenda, mas, desde 1992 nas mãos de empresários italianos, tem se vindo a converter no maior complexo hoteleiro da região, com um total de oito pousadas e resorts (de que se destaca a residencial Pelourinho e o hotel Villagio Guaratiba Resort). 


[O Complexo Praia de Guaratiba possui várias opções de alojamento, como a Residencial Pelourinho (no topo, fotos ©joão miguel simões e ©joão barros) e o Villagio Guratiba Resort (acima, fotos ©joão miguel simões)]


Existe uma parte reservada ao  condomínio privado, mas quem se hospeda tem à escolha qualquer coisa como duas mil camas divididas por áreas distintas, com propostas e preços distintos, que incluem piscinas, lagos, restaurantes e atividades como tênis, futebol, pesca ou passeios.



Informações locais: Bahia Prado
Mais informações gerais: Bahia 
Operadores: Caminhos da Bahia; Prado Tour (e-mail: luiz@pradotour.com.br, tel. 073 3021-0336)

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